XXVI DOMINGO COMUM (25.09.2011)
Mt 21, 28-32
“Os cobradores de impostos e as prostitutas vão entrar antes de vocês no Reino de Deus”
Esta é a primeira de uma série de três parábolas sobre o julgamento. Todas estão dirigidas ao mesmo público - os chefes dos sacerdotes e anciãos, ou seja, ao grupo de elite dentro do sistema religioso de Israel.
XXV DOMINGO COMUM (18.09.2011)
Mt 20, 1-16
“Os últimos serão os primeiros”
Há um consenso entre os estudiosos da Bíblia de que o centro da pregação de Jesus era “O Reino de Deus” (ou dos Céus, que em Mateus, significa a mesma coisa). Mas, Jesus nunca define o Reino; pelo contrário, sempre o descreve por meio de parábolas, para que o ouvinte se esforce para descobrir quais são os valores que tornam o Reino de Deus presente no meio de nós.A parábola de hoje nasce no contexto da realidade agrícola do povo da Galileia.
XXIV DOMINGO COMUM (11.09.2011)
Mt 18, 21-35
“Não lhe digo sete vezes, mas até setenta vezes sete”
Este texto trata do último dos problemas comunitários no discurso de capítulo 18, o perdão. Mais uma vez é Pedro que articula em palavras o desafio cristão, “quantas vezes devo perdoar o meu irmão?” e responde ele mesmo, sugerindo “sete vezes”, com certeza achando que agir assim seria um exagero. Mas, para Jesus não basta o discípulo agir segundo os critérios desse mundo – o nosso modelo de ação sempre deve ser o Pai. Por isso, exige “não somente sete vezes, mas setenta vezes sete”, ou seja, para quem realmente quer se modelar em Deus, o perdão tem que ser sem limites. A frase lapidar é tirada da tradição comum que Mt partilha com Lucas, (Lc 17, 4); mas, Mateus acrescenta a parábola dos servos, para ilustrar a necessidade de misericórdia sem fim.
A ideia básica inverte a posição sangrenta e vingativa de Lamec em Gn 4, 24: “Se a vingança de Caim valia por sete, a de Lamec valerá por setenta e sete!” O cristão tem que deixar definitivamente por trás todo sentimento de vingança e assumir os novos valores do Reino de Deus, entre os quais tem lugar de destaque, o perdão.
A parábola provavelmente foi composta pelo autor mesmo, para ilustrar um dos pedidos do Pai Nosso, “perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos os nossos devedores”. Fazendo esse pedido, estamos querendo o perdão de Deus para que, experimentando-o, consigamos perdoar os nossos devedores (originalmente se referiu realmente às dívidas financeiras, mas aplica-se às ofensas em geral). Não é que o perdão de Deus depende do nosso – é sempre Deus que toma a iniciativa e nós que respondemos. Mas, somos capazes de render nulo o efeito do perdão do Pai, se nós não queremos perdoar os outros. Assim, o Pai continua querendo nos perdoar; mas, nós cortamos o efeito dessa gratuidade divina.
Obviamente, o perdão envolve um processo todo, que abrange não somente a parte espiritual, mas também psicológica, da pessoa. Não se consegue eliminar os efeitos das ofensas de uma só vez. Mas, o importante é o “querer” perdoar. O próprio desejo já é o perdão, pois é somente com a graça divina que nós conseguiremos perdoar mesmo. Mas, quando esse desejo é ausente, nem o perdão do Pai penetra a barreira que nós erguemos e o seu perdão fica sem frutos.
A proposta do texto de hoje é além das nossas forças humanas; mas, não além da possibilidade da graça divina. Por isso temos que sempre pedir o dom do perdão, conforme nos ensina a Oração do Senhor, para que as nossas comunidades sejam verdadeiramente sinais do Reino e não meramente aglomerações de pessoas que partilham as mesmas teorias teológicas, mas, sem que essas influenciem na sua vivência, na sua prática. Da nossa parte exige-se esforço, e Deus dará a força, para que vivamos conforme o desafio do Sermão da Montanha: “sejam perfeitos, como o Pai do Céu de vocês é perfeito” (Mt 5, 48).
Pe. Tomaz Hughes, SVD
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XXIII DOMINGO COMUM (04.09.2011)
Mt 18, 15-20
“Onde dois ou três estiverem reunidos no meu nome, eu estarei no meio deles”
O texto de hoje é tirado do Discurso Eclesiológico, que trata de problemas da vida cotidiana da comunidade dos discípulos, que Mateus chama de “Igreja” (nos Evangelhos, o termo “Igreja” só ocorre aqui e em Mt 16, 18). Entre esses problemas podemos detectar a busca do poder (vv 1-5), o escândalo dado aos pobres e humildes (vv 6-14), a questão do irmão que erra (vv 15-20) e o perdão das ofensas (vv 21-25). São questões ainda atuais para as comunidades de hoje.
XXII Domingo Comum (28/08/2011)
Mt 16,21-27
“Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me!”
O nosso texto de hoje, na verdade, é uma continuação do Evangelho proclamado na Festa Litúrgica de São Pedro e São Paulo e, para que entendamos o texto mateano na sua integridade, torna-se necessário completar a leitura do Evangelho da Festa com o texto de hoje. Pois, ele mostra que, embora Pedro tivesse usado os termos certos para descrever quem era Jesus, ele os entendia de modo errado. Para Jesus, ser o Cristo significava assumir a missão do Servo de Javé, descrito pelo profeta Segundo-Isaías, nos Cantos do Servo de Javé (Is 42, 1-9; 49, 1-9ª; 50, 4-11; 52, 13-53). Jesus deixa claro que ser o Cristo não significava triunfo nos termos desse mundo, mas o contrário: “O Filho do Homem deve sofrer muito ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar no terceiro dia”
Festa da Assunção de Maria (21/08/2011)
Lc 1, 39-56
“Olhou para a humilhação da sua Serva”
Pode-se dividir este texto em duas partes - a história da visitação de Maria à Isabel; e, o “Canto de Maria” ou “Magnificat”. Reduzir o sentido da Visitação a um simples gesto serviçal da parte de Maria para com a sua parente idosa, seria empobrecer muito o pensamento de Lucas.