Vivemos hoje num mundo essencialmente comunicativo. Uma explosão que teve seu início no século XX com o aperfeiçoamento da imprensa escrita e da fotografia, bem como a invenção do cinema, rádio, televisão, internet etc. Hoje se comunica muito mais e melhor. Não muito tempo atrás, uma carta que, depois de postada nos correios, demorava semanas para se chegar a um destinatário, hoje não leva mais que alguns segundos numa mensagem de e-mail.

Existe sobre nós uma avalanche de informações a invadir nossas vidas todos os dias pela TV, jornal e Internet. Todo tipo de informação... Mas com que profundidade? Onde estará a verdade em tudo aquilo que nos é transmitido? Podemos fazer uma leitura do mundo a partir disso?
 Augusto Cury, psiquiatra e autor de vários livros, diz que a maioria dos jovens de hoje tem uma mente com quilômetros de extensão, mas com apenas alguns centímetros de profundidade. Neste mesmo contexto, a canção de uma banda famosa diz: “...eu sei de quase tudo um pouco e quase tudo mal.” e uma propaganda na TV questiona: “O Mundo está pior ou a Imprensa que melhorou sua cobertura?”, revelando o fato de cada vez mais sermos conhecedores dos flagelos que abalam a humanidade (guerras, injustiças, fome, catástrofes etc).
 De toda a informação que recebemos a todo o momento, poderíamos ser capazes de filtrar o que realmente é bom? Se você passar um domingo assistido a programação da TV aberta, ao final do dia poderia computar o grau de aproveitamento que as longas horas puderam lhe proporcionar? Saberia dizer se os enredos das novelas brasileiras são baseados na vida real ou se a vida real do brasileiro se baseia nas novelas? Separações, homossexualismo, ganância, violência etc. são assuntos tratados em todas as novelas da forma que melhor interessa seus autores, mas que influenciam profundamente a vida dos telespectadores.  Um assunto polêmico é muito mais rentável do que retratar uma situação feliz. Existe um ditado que diz: “Enquanto muitos proclamam a Verdade como se fosse uma mentira, outros proclamam a Mentira como se fosse verdade”.
 Quem quer ter um pouco mais de qualidade nas informações e entretenimento mais cultural tem que pagar por isso, enquanto a grande maioria da população é manipulada por todo lixo da comunicação que absorve pelas antenas de seus televisores. Na maioria dos casos, é isso que faz a “educação” do homem moderno e o torna tão superficial.
 Mas se hoje temos acesso a tantas informações e podemos perceber tantas situações que precisam de ajuda, porque nada muda? A tecnologia que serve para o homem decifrar o microscópico código genético e a desbravar o planeta Marte e os recôncavos do universo, foi até agora incapaz de fazer o mesmo homem olhar para o lado, para seu irmão mais próximo que passa fome e precisa de amor. Um problema milenar. A comunicação está profundamente inserida nesse contexto.
 Desde o Gênesis, o primeiro livro da bíblia, já no capítulo primeiro, versículo 28, podemos ver a comunicação direta de Deus com o ser humano na figura de Adão e Eva. No decorrer da história bíblica percebemos a participação de Deus em todas as etapas, relacionando-se com o homem sem nunca deixa-lo desamparado, até chegar o momento mais sublime da comunicação divina na história: Quando o anjo Gabriel comunicou o plano de salvação do Pai à virgem Maria, ela pôs-se a pensar o que aquilo significava; “Entrando, o anjo, disse-lhe: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.”(LC 1, 28). Aconteceu ali a maior comunicação de todos os tempos – o projeto de salvação de Deus para com o seu povo se realizava – e após o diálogo com o anjo, a resposta de Maria foi um SIM, sem hesitação nenhuma. Até hoje Deus se mantém disponível e, por que não dizer, ansioso para se comunicar com o homem. Contudo, o homem, no decorrer da história foi se distanciando de Deus e fechando os ouvidos e o coração à comunicação com seu Criador.
A Igreja hoje, também vem responder o seu SIM, como Maria, sem hesitar, buscando levar o nome de Jesus Cristo a todos os lugares possíveis, através dos meios de comunicação sociais: rádio, tv, jornais, revistas, internet, etc, fazendo com que as pessoas que têm fome e sede de Jesus, vejam de forma mais clara e evidente que a salvação é para todos, basta dizer o seu SIM.
Assim como a comunicação mudou sua forma e seus meios, a Igreja também procura acompanhar toda essa tendência e fazer uso dela para a propagação e anúncio da Boa Nova de Jesus. Certamente o próprio Jesus faria uso desses instrumentos para a evangelização se estivessem disponíveis a 2.000 anos atrás.
No evangelho de Mateus, capítulo 10, versículo 27, Jesus diz aos apóstolos sobre a necessidade de “proclamar a Boa Nova de cima dos telhados”, hoje podemos perceber isso profeticamente, pois em cima dos telhados de nossas casas existem antenas de TV e rádio, captando todo tipo de informação. É a hora de acolhermos a ordem de Jesus para que essas antenas captem também sua mensagem de amor.
De qualquer forma podemos dizer com muita alegria que Jesus está no ar, através da TV Canção Nova, Século XXI, Rede Vida, TV Aparecida... através também das centenas de rádios, sites, revistas e jornais católicos espalhados pelo mundo, mas devemos dizer também que isso não é tudo. Ainda temos que lutar muito para alcançar-mos todos os corações do mundo com uma mensagem de amor, fé e fraternidade.
 Neste exato momento, caro irmão leitor, ondas de rádio estão passando por nossos corpos, uma energia invisível codificada que traz em si diversas mensagens. Para captá-las só nos é necessário o receptor certo que vai decodificar a mensagem e nos transmitir de forma que possamos compreendê-la. Assim como as ondas de rádio, Deus se faz presente em nossas vidas, basta entrar-mos em sintonia com ele pelo Seu Espírito Santo para compreendermos toda a mensagem de amor que ele nos quer revelar.
 Para sermos transmissores do Amor de Deus, fazemos uso de tudo o que a comunicação nos dispõe, até mesmo deste canal de comunicação que é a Internet, mas, acima de tudo, é preciso fazer-mos uso do instrumento mais rudimentar e ao mesmo tempo mais eficaz: a nossa “voz”. Sim, mesmo sem um microfone nas mãos, a nossa voz deve ser o primeiro instrumento de comunicação a ser usado por Deus, e entenda-se “Voz” aqui, como toda a forma de expressividade que a sua condição lhe proporcione. A boca fala do que o coração está cheio, e por isso, revestidos com a Graça do Espírito Santo e com o mesmo ardor dos apóstolos, possamos proclamar a Boa Nova aos nossos familiares, amigos, colegas, irmãos, enfim, ao mundo todo que “Deus é Amor” e se comunica com o homem.

 

 Mac Fernades
Publicitário
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