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Marcos 13, 33-37  “Digo a todos: fiquem vigiando!”
Com a celebração do Primeiro Domingo do Advento, a Igreja inicia um novo Ano Litúrgico, um ciclo que celebra todos os principais eventos da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Advento é um tempo, não tanto de penitência, mas de expectativa e preparação para a vinda do Senhor no Natal. Três figuras muito importantes da liturgia do Advento são: o profeta Isaías; o Precursor, São João Batista; e, Maria de Nazaré, a Mãe do Senhor.


Um tema constante no Advento é o da vigilância. “O que digo a vocês, digo a todos: fiquem vigiando”. Obviamente, não no sentido de vigiar os outros; mas, da vigilância evangélica, uma atitude constante de compromisso com o seguimento de Jesus. É preciso vigiar a nós mesmos, para que não deixemos de pôr em prática as mesmas atitudes e opções concretas de Jesus de Nazaré. É vigiar para que façamos sempre o que Jesus faria se estivesse no meio de nós hoje. É vigiar para que o comodismo não tome conta de nós, reduzindo a nossa vivência cristã às práticas externas, que são indispensáveis, mas que seja uma concretização nas nossas realidades das atitudes e ações de Jesus de Nazaré. O convite à vigilância não é somente pessoal, mas também comunitário. Pois, com o decorrer dos anos, é possível que tanto os indivíduos como as instituições eclesiais – paróquias, congregações religiosas, pastorais específicas, movimentos de espiritualidade e até as próprias igrejas - caiam na rotina cômoda, perdendo de vista a finalidade última da sua atuação, o Reino, e se contentando com uma prática meramente externa de uma moral ou ética. O recente Sínodo ouviu muitas vezes do Papa um apelo neste sentido, para que os prelados ( e, na verdade, todos nós) saíssem das suas “torres de marfim”para sentir as alegrias e as dores, as angústias e experiência do povo em geral. O texto de hoje convida a todos nós para que façamos do discernimento um modo de viver, sempre vigilantes para que o nosso modo de ser, atuar e falar estejam coerentes com as opções concretas de Jesus de Nazaré, em favor do Reino de Deus, da justiça, solidariedade e fraternidade. Daqui quatro semanas, celebrar-se-á o Natal. Para muitos, será simplesmente uma festa comercial ou uma oportunidade de festejar e alegrar-se. Para outros, mergulhados na miséria e na fome, endêmicas em muitas regiões do Planeta, será sem sentido. A qualidade do nosso Natal dependerá em grande parte da qualidade do nosso Advento. Se fizermos desse tempo um verdadeiro momento de discernimento, avaliação, vigilância e renovação, então teremos realmente um Natal - um renascimento de Jesus na nossa vida. Caso contrário, somente teremos uma festa no dia 25 de Dezembro, que logo acabará e passará sem deixar rastros, a não ser dívidas a pagar ou ressacas! Atendamos o convite de Jesus! Façamos do Advento deste ano um tempo de avaliação, de oração, de renovação, e teremos a imensa alegria de um verdadeiro Natal - um reencontro verdadeiro com Jesus, o Emanuel - o Deus-Conosco!
“O que digo a vocês, digo a todos: Fiquem vigiando”.
Pe. Tomaz Hughes SVD