6º Domingo Comum (15/02/2015)
Mc 1, 40-45
“E de toda parte, as pessoas iam procurá-lo”
O primeiro capítulo de Marcos termina com um trecho que pode esclarecer o que significava para Jesus “ir adiante e pregar a Boa-Nova” (Mc 1, 38s). Marcos, diferentemente dos outros evangelistas, raramente nos conta o conteúdo da pregação de Jesus. Mas, ele ilustra esse ensinamento, relatando ações de Jesus que demonstravam o sentido da chegada do Reino e da sua Boa Notícia.
O texto de hoje conta a cura de um leproso. Os leprosos eram entre os mais marginalizados da época (mesmo que agora as pesquisas mostrem que a doença de Hansen como tal não existia na Palestina do tempo de Jesus, e que essas pessoas sofreram de diversas doenças da pele e não da Hanseníase, propriamente dita!).
5º Domingo do Tempo Comum (08/02/2015)
Mc 1, 29-39
“Foi para isso que eu vim”
Este texto de hoje pode ser dividido em três partes: vv 29-31 - a cura da sogra de Pedro; vv 32-34: curas em Cafarnaum; vv 35-39: Jesus reforça a sua vocação e missão pela oração. O conjunto forma uma unidade que pode nos ensinar coisas importantes para a nossa vida de cristãos.
A cura da sogra de Pedro faz contraste com a cura no texto no trecho anterior (1, 23-28). Aquela cura se dava em um lugar considerado “sagrado” - a sinagoga - enquanto a de hoje se realiza em um lugar considerado “profano” - a casa; aquela era de um homem, a de hoje de uma mulher; a primeira em um lugar público, a da sogra em um lugar privado.
4º Domingo do Tempo Comum (01/02/2015)
Mc 1, 21-28
“O que significa isso? Um novo ensinamento, dado com autoridade”
O evento relatado no texto de hoje demonstra um dos temas básicos do Evangelho de Marcos - e de todos os Evangelhos - o confronto entre o Reino de Deus, concretizado na pessoa e projeto de Jesus, e o do mal, expressado, na linguagem e mentalidade daquele tempo, na imagem de um homem doente “possuído por um espírito impuro”. Marcos vai seguindo a caminhada de Jesus, sempre com esta luta como pano de fundo, até o conflito definitivo no Calvário, que leva, não através de milagres mas da Cruz, até à vitória definitiva na Ressurreição.
Tipicamente, Marcos enfatiza que Jesus ensinava - mas, como é costume dele, não nos explicita que Ele ensinava. Ilustra o conteúdo do ensinamento do Mestre relatando uma ação d’Ele - a cura de um homem “possesso”, ou seja, libertando alguém do domínio do mal.
3º Domingo do Tempo Comum (25/01/2015)
Mc 1, 14-20
“Sigam -me e eu farei vocês se tornarem pescadores de homens”
Este texto trata da vocação dos primeiros discípulos conforme a tradição sinótica, em contraste com o do último Domingo, que nos trouxe a tradição da comunidade do Discípulo Amado. Marcos logo destaca e situa concretamente o momento de Jesus lançar-se na sua vida pública - “depois que João Batista foi preso”.Não é uma indicação meramente cronológica, mas causativa, no sentido que Jesus começou a pregar porque João foi preso. Assim, Ele se coloca na tradição profética de João Batista, uma vocação que levaria Jesus, como levou João, ao martírio.
O texto encapsula em versículo 15 todo o conteúdo do Evangelho na frase lapidar “o tempo já se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e acreditem na Boa-Notícia”.
2º Domingo do Tempo Comum (18/01/2015)
Jo 1, 35-42
“O que é que vocês estão procurando?”
O autor do Quarto Evangelho organizou o material dos versículos de 1, 19 - 2, 12 em um esquema de sete dias, culminando com o primeiro sinal de Jesus - as bodas de Caná - que teve como consequência que “os seus discípulos creram n’Ele” (2, 11). Assim fez lembrar os sete dias da criação, pois com e em Jesus acontece a nova criação. Mas Jesus não quis agir sozinho - e desde o início chamou para si um grupo de seguidores. Embora seja mais conhecido o relato dos Sinóticos, que descreve o chamado dos primeiros discípulos à beira do mar de Galiléia (Mc 1, 16-20) , talvez o relato do Quarto Evangelho guarde uma tradição mais histórica - que os primeiros discípulos de Jesus eram seguidores de João, o Batista.
Festa do Batismo do Senhor (11/01/2015)
Mc 1, 7-11
“Tu és o meu Filho bem-amado; em ti encontro o meu agrado”
Nesse Domingo, que comemora o batismo de Jesus, mais uma vez encontramos a figura do Precursor, João Batista, que foi uma das principais personagens das liturgias do Advento. Mas, na leitura de hoje, a ênfase mesmo está na aceitação não somente do batismo de João, mas de quem viria depois dele: literalmente “atrás de mim”. A expressão, que denota a dignidade, como em um cortejo, põe toda a importância na pessoa que vem – pois tirar as sandálias era serviço de um escravo. Jesus é o mais importante, pois com a vinda dele inaugura-se o tempo de salvação, esperado naquele tempo por muitas pessoas e grupos (como os Essênios) somente para o fim dos tempos.