6º Domingo da Páscoa (10/05/2015)
Jo 15, 9-17
“Amem-se uns aos outros”
Poucos trechos do Evangelho de João são tão conhecidos como o de hoje, por causa das diversas frases lapidares tecidas dentro dele. Sobressai o tema básico do “amor” - como a característica que deve distinguir os/as discípulos/as de Jesus.
O amor é um dos temas preferidos da sociedade atual, como mostram os nossos cantos, poemas e novelas - mesmo que seja mais na fala do que na prática, e muitas vezes usado para camuflar um egoísmo crasso. Por isso, torna-se necessário recuperar o sentido profundo do amor nos Evangelhos. Até um estudo rápido mostra que o termo tem outro sentido do que aquele que a nossa sociedade liberal e consumista lhe atribui. Na sociedade atual, o amor geralmente não passa de um sentimento agradável, uma emoção, quando não de um egoísmo disfarçado.
5º Domingo da Páscoa (03/05/2015)
Jo 15, 1-8
“Sem mim, vocês não podem fazer nada”
Esse texto inicia a seção do quarto evangelho que tem os trechos que mais se aproximam aos discursos da vida pública de Jesus nos Evangelhos Sinóticos. Aqui temos um exemplo raro de uma parábola em João - a da vinha e dos ramos, uma metáfora que expressa o amor íntimo entre Jesus e os seus discípulos. Em contraste, o segmento seguinte (15, 18-16, 4) vai tratar do ódio do mundo (as forças do anti-Reino) para com os seus seguidores.No Antigo Testamento frequentemente se retrata Israel como a vinha (ou videira) escolhida de Deus, que Ele cuidava com muito amor, mas que deu frutas amargas. Na primeira parte de João, o autor demonstra como Jesus substitui as instituições e festas judaicas; agora, Ele se manifesta como a vinha do Novo Israel. Se ficarem unidos a Ele, os discípulos/as darão somente frutos que agradarão ao vinhateiro - o Pai.
4º Domingo da Páscoa (26/04/2015)
Jo 10, 11-18
“O bom pastor se despoja da própria vida por suas ovelhas”
Hoje é o dia Mundial de Oração pelas Vocações, ou “Domingo do Bom Pastor”. O texto de hoje nos demonstra a compreensão que a Comunidade do Discípulo Amado tinha da paixão, morte e ressurreição de Jesus.
A imagem escolhida é a do “pastor” - uma imagem muito usada nos escritos do Antigo Testamento (Sl 40, 11; Ez 34, 15; 37, 24; Eclo 18, 13; Zc 11, 17; etc.). Às vezes é aplicada ao próprio Deus (Sl 23, 1; Is 40, 11; Jr 31, 9), às vezes ao futuro rei messiânico (Sl 78, 70-72; Ez 37, 24), às vezes aos líderes político-religiosos de Israel (Jr 2, 8; 10, 21; 23, 1-8; Ez 34). Também os Evangelistas Sinóticos a usaram bastante (Mc 6, 34; 14, 27; Mt 9, 36; 18, 12-13; 25, 32; 26, 31; Lc 15, 3-7). Jesus é realmente pastor, pois Ele, o Filho do Homem, participa da condição humana, inclusive da morte, para nos conduzir à vida eterna.
3º Domingo da Páscoa (19/04/2015)
Lc 24, 35-48
“E vocês são testemunhas disso.”
O evangelho de hoje é a segunda parte do capítulo 24 de Lucas, que relata primeiro a história das mulheres diante do túmulo de Jesus, e agora o incidente do encontro de Jesus Ressuscitado com os dois discípulos na estrada de Emaús. Devemos recordar que Lucas estava escrevendo a sua obra em vista dos problemas da sua comunidade pelo ano 85 d.C. Já não estamos mais com a primeira geração de discípulos - já se passou mais de meio século desde os eventos pascais. A comunidade já está vacilando na sua fé - as perseguições estão no horizonte, ou até acontecendo; o primeiro entusiasmo diminuiu, os membros estão cansados da caminhada e perdendo de vista a mensagem vitoriosa da Páscoa. Parece que é mais forte a morte do que a vida, a opressão do que a libertação, o pecado do que a graça.
2º Domingo da Páscoa (12/04/2015)
Jo 20, 19-31
“A paz esteja com vocês!”
No texto anterior ao de hoje, a Maria Madalena trouxe a notícia da Ressurreição aos discípulos incrédulos. Agora é o próprio Jesus que aparece a eles. Não há reprovação nem queixa nas suas palavras, apesar da infidelidade de todos eles, mas, somente a alegria e a paz, que já tinha prometido no último discurso. Duas vezes Jesus proclama o seu desejo para a comunidade dos seus discípulos - “A paz esteja com vocês”. O tema da paz, do shalom, é importante na vida de Jesus.
No Discurso de Despedida, na tradição da Comunidade do Discípulo Amado, no contexto de uma certa angústia humana e da insegurança, junto como a promessa do dom do Paráclito, Jesus deixa com os seus o seu grande dom da paz: “Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não a paz que o mundo dá” (Jo 14, 27).
Domingo de Páscoa (05/04/2015)
Jo 20, 1-9
“Ele viu e acreditou”
Os quatro Evangelhos relatam os acontecimentos do Dia da Ressurreição, cada um de acordo com as suas tradições. Certos elementos são comuns a todos: o fato do túmulo vazio, de que as primeiras testemunhas eram as mulheres (embora divirjam quanto ao seu número e identidade e o motivo da sua ida ao túmulo - para ungir o corpo, ou para vigiar e lamentar) e que uma delas era Maria Madalena. Podemos tirar disso a conclusão que as mulheres tinham lugar muito importante entre o grupo dos discípulos de Jesus, e que elas eram mais fiéis do que os homens, seguindo Jesus até a Cruz e além dela! Infelizmente, outras gerações fizeram questão de diminuir a importância das discípulas na tradição - e a Igreja sofre até hoje as consequências.